quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Carta a um amigo

Não te escrevo de longe, nem para saber se está tudo bem, muito menos até para contar novidades. Talvez então possa dizer que te escrevo para guardar no papel aquilo que foi a construção da nossa amizade. Aquilo que começou por ser uma amizade muito "terrena e gélida", muito na base de colegas que apenas trabalham para alcançar objectivos juntos e que hoje é uma relação que não implica só entreajuda e companheirismo. Implica muito mais. Cumplicidade, compreensão, divertimento. Implica respeito e sinceridade. Implica confiança. Implica abertura e honestidade. Implica um grande apoio, não só profissional como emocional. Raramente eu consegui estar ao pé de ti e estar triste ou preocupada com algum tipo de problema. Porque a tua atitude sempre demonstrou segurança e alegria. Conseguia, nem que fosse por momentos, afastar as coisas menos boas e mais tarde, via-as com outros olhos. Aprendi imenso contigo. Aprendi a confiar, a acreditar, a saber distinguir sentimentos que muitas vezes nos enganam, aprendi a “aprender”de outras formas, coisas diferentes. Ensinaste-me a guardar segredos e que nem sempre os nossos problemas são o fim do mundo. Ensinaste-me que a amizade não tem preço, muito menos padrões de idade. Ensinaste-me que vale a pena lutar por algo que merece todo o nosso esforço e dedicação. Ajudaste-me a ficar mais madura. A famosa frase, “ah pois é, isto é experiência de vida, minha filha!” já passou a fazer parte do teu vocabulário perante o olhar atento da aprendiza. Na maré dos ensinamentos vinham também lições de vida e cada história mais obscura e estranha que me fazia sempre levantar o sobrolho e desconfiar: “Estás armado em meu paizinho, agora?!" (lol). Transpareces uma grande alegria de vida, muitas boas expectativas e raramente os teus mil e um serviços te fazem recuar, porque tens sempre uma palavra a dizer, seja de conforto, de ensinamento ou de humor. Estás sempre presente para tudo e para todos. Tens um coração enorme e por isso eu te respeito e te admiro. Por seres o óptimo amigo em que te tornaste e que hoje sei com toda a certeza que poderei sempre contar. Não entendamos isto como “lamechices”, porque de todo não o são. Muitas destas palavras são apenas o espelho daquilo que sinto e penso, honesta, pura e simplesmente. Já dizia Juan Luís Vives: “ Nenhum espelho reflecte melhor o homem do que as suas palavras”. Se algum dia não estiveres presente, sentirei a tua falta. Porque já me habituei à tua presença, é sempre alegre e faz-me sempre sentir melhor. Não é fácil começar uma nova vida num lugar estranho e ter a sorte de encontrar um bom amigo como tu. Mas acho que me apaixonei. Por este viver, estas gentes, estas caras. Mas um dia que tenha de deixar tudo aquilo que agora construo com tanto carinho e alegria, levo uma certeza: terei sempre a lembrança de um bom amigo que aqui encontrei e que nunca vou esquecer. Hoje, tenho a certeza, que pelos menos tu, fazes parte daquela imagem que outrora tive, sentindo que mudar para outro sítio me traria algo de muito bom.
Sem mais a dizer, fico por aqui.

Para um amigo “grande” e também um grande amigo, deixo isto apenas:

“Amizade:
Não é receber é dar,
Não é magoar, é crer,
Não é criticar, é apoiar,
Não é humilhar, é defender,
Não é julgar, é perdoar,
Não é esquecer, é lembrar.
Amizade é simplesmente gostarmos acima de tudo da pessoa a quem enviamos esta mensagem.”

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

O meu crítico disse-me...

"Se fosse agora o adolescente que fui, ficava já apaixonado por ti, só pela maneira como escreves..."

Alguém se apaixona por outro alguém só pela maneira como este escreve? Bolas, assim sou sarcástica...

domingo, 4 de novembro de 2007

Vida (im)perfeita

Numa noite fresca de Verão
Um olhar para o céu estrelado
Faz-te pensar que sonhas com uma vida que será sempre perfeita e ao mesmo tempo vives uma que nunca será perfeita.
Apercebes-te que tudo o que poderias desejar e querer ter é apenas um sonho.
E enquanto sonhas, vais vivendo desejos e ambições reais que nunca te satisfazem.
Porque queremos sempre mais.
Somos nós que fazemos com que a nossa vida nunca seja aquilo que desejamos.
Complicamos o amor. Complicamos a vida.
Vives uma vida, um desgosto, uma alegria e nunca pensas no que te poderá ajudar para mudar.
Queres sempre mais.
E por isso perguntamos tantas vezes o porquê de tanta coisa.
Eu quis sempre mais.
Quis sempre o que nunca conseguia.
Mas continuo a perguntar interminavelmente:
Será que posso querer-te?
Será que posso ter-te?
Será que posso?
Eu sei que tu existes…e tu?Sabes?

Voltei

Em Fevereiro deste ano, eu voltei:
"Reencontrei. Olhei para trás. Recordei. Emocionei-me. Fui feliz. Fiz e vi tanta coisa, pensei em muita coisa, mas apenas uma única imagem surgia na minha mente: a de voltar. Voltar para onde fugi e de onde quis fugir. Voltei para recordar, para chorar e rir. Mas também para me despedir a seguir. Para dizer até já. Para deixar novamente o que já deixei. Há muito tempo. Agora percebo a razão porque fugi. Porque tinha de o fazer. Porque tinha de continuar a viver, mas noutro lugar. Um novo lugar que me desse o que ando à procura. E encontrei. E por isso não tenho vontade de voltar. Regressar onde já passei muito tempo, com tudo de bom e de mau que tinha que acontecer. Não quero regressar para voltar para trás. Sempre que puder, volto num instante à caixa das recordações. Para relembrar os velhos amigos, aqueles que marcaram a minha vivência naquele lugar. Para matar as saudades. Para rir e chorar sempre que for preciso, mas para regressar logo. Apenas isso. E é o que me faz feliz. Sentir que consegui construir uma nova vida e que apesar das muitas pessoas de quem gosto não poderem fazer parte dela, ficarão sempre guardadas no meu coração. E o maior gozo é voltar a reencontrar, mesmo depois de muitos anos, aqueles que foram para nós tudo e muito mais."
Aquece o coração recordarmos aquilo que mais nos toca e nos comove...

Nada

Nada do que digo faz sentido.
Nada do que penso ou sinto faz sentido.
A única coisa que faz sentido és tu na minha mente.
Como é que posso conseguir viver sem ti?
Dás-me calma…alegria…vida.
Mas estás ausente.
Quem me dera que pudesses permanecer sempre perto de mim.
Como é que tudo isto pode existir, ser verdade?

As pessoas amam e odeiam
Riem e choram
E mudam as suas vidas por completo em segundos.
E eu, como tal, também amo e odeio
Rio e choro
E mudo a minha vida em segundos.
Porque adormeço todas as noites com a esperança que algo te chame para mim.

O coração.
Enganas toda a gente com palavras, mas ele tu nunca consegues enganar.
Toda a gente à tua volta percebe o que tu sentes, o que queres, o que desejas.
E tu és a única pessoa que não vê.
Mas ele também sabe como te mostrar.
E ao mostrar-to, perdes-te.

"Um muito obrigado pela história que nos contou"

Uma dedicatória especial, pelo pessoal do 12ºD (05-06) da ESVN:
"Chegou com um ar sério e imponente e só dizia que estávamos atrasados. A meio do ano tivémos que redobrar o esforço e só pensávamos era na história. Na história da escola, na história do professor, na nossa história. Mas a história chegou ao fim. Ou, pelo menos, uma parte acabou. Mas a nossa história vai continuar e com lembranças de um professor que ensinou não só História, mas sobretudo ensinou a cada um de nós o modo como podemos fazer a nossa história. Levou-nos em viagens, desde a América até ao Oriente. Mas houve uma viagem que não teve retorno. Conseguiu conquistar o nosso coração e de lá nunca mais sairá.

Um muito obrigado pela história que nos contou."
Para BF, professor de História A (12ºano) no ano lectivo 05/06 na ESVN
Não resisti em partilhar esta dedicatória. Mais uma das muitas recordações extraordinárias do tempo do secundário. Uma turma fantástica e amiga. E este professor que nos marcou. Não só por gostar de Fernando Pessoa (lol como alguns de nós, arrisco-me a dizer) mas porque simplesmente foi ele. De alma e coração. Este espaço é-lhe dedicado. :)

Tudo de novo

Todos os dias, os olhares são diferentes.
Eu olhava-te sempre da mesma maneira.
Até me perder.
Ao me perder, nunca mais me voltei a encontrar.
Perdi-me por ti.
E não me encontro.
Não suplico por ti, pelo teu amor.
Pergunto-me apenas onde irei ter.
Estou perdida e não sei para onde vou.
Talvez vá para onde nunca fui, sentir o que nunca senti, viver o que nunca vivi.
Amar quem nunca amei, odiar quem nunca odiei.
Talvez aí me reencontre.
E te reencontre também a ti.
Assim valerá a pena ir. Sentir tudo de novo, viver tudo de novo. Amar de novo.
Enquanto isso, permaneço aqui.
Não sei se sozinha, se comigo mesma.
Não sei se mais longe ou mais perto de ti.
Quem sabe…

Dedicado

Lembro-me de ter já dedicado isto a alguém... :P

Quem és tu?
Que me atormenta o sono…
Que me faz tremer durante o dia e querer fugir à noite…
Que me consome de tristeza e saudade…
Que me envolve num abraço profundo…
E que me deixa sempre sozinha porque não existe.
Porque é fruto da minha imaginação.
Porque tu não vens, não chegas, não me consomes, não me vens buscar…
Estás longe mas eu preciso de ti…preciso de sentir que estou viva porque eu só não chego.
Sou incompleta e imperfeita e tu completas-me e tornas-me perfeita.
Completa e perfeita por te ter.
Só o sentir que podes estar perto
Que de repente surge uma falsa presença tua
Torna-me capaz de qualquer coisa só para ter algo que há tanto procuro.
Mas para quê? Tu não existes…
Se existisses vinhas ter comigo e levavas-me daqui.
Preenchias-me…Completavas-me…
Esta impossibilidade torna-me assim.
Dói saber que poderás existir e estás longe.
E eu aqui sem ti.
E se na realidade existes?
Mas se nada te faz ser verdadeiro?
Dói ficar assim…E tenho saudades.

“A tarefa mais difícil é aprender a esquecer quem aprendemos a amar.”

Como não podia deixar de ser, quando somos adolescentes temos sempre alguma coisa a dizer sobre o amor. Um dia, algures num pequeno refúgio, eu escrevia:
"O primeiro amor. Aquele que fica sempre guardado e jamais é esquecido. Aquele que nos faz tremer e explodir de alegria e ao mesmo tempo faz doer e abre uma enorme ferida no coração. O amor adolescente que nos leva a escrever frases de amor e palavras meigas e doces. O gosto do beijo verdadeiro, sentido, o olhar sincero e cúmplice, em que as únicas palavras que a mente procura que a boca diga são pura e simplesmente “AMO-TE”. O abraço forte e quente e as promessas ao ouvido, repetidas vezes sem conta. Pois é, é assim o primeiro amor. Mas ele também faz doer e, neste caso, a dor foi forte, abrindo uma ferida no peito que por várias vezes foi espezinhada e abrindo cada vez mais. Ao chegar ao limite, foi necessário arranjar uma protecção para mim própria, para que pudesse deixar de sofrer. Deste modo, agora com a ferida protegida, consigo levantar a cabeça e deixar que o tempo a cure. E foi mesmo o único que me ajudou. Além de mim mesma, depois de várias cabeçadas. O tempo vai passando, e com ele leva a tristeza e a mágoa, ficando apenas a marca de uma dor forte, agora extinta e incapaz de me roubar a felicidade de novo."
Cerca de um ano depois, eu acrescentava às minhas palavras: "Ontem, um tormento, uma saudade, uma angústia, um vazio. Hoje, uma doce recordação repleta de olhares meigos e carinhos. Será que está tudo dito? Nem por isso… o amor tem muito que se lhe diga! Promessas que não foram cumpridas, desejos que não foram concretizados, amores que não foram completos. Um amor por quem último se espera. Um amor de opostos. Um amor entre uma menina de colégio e um rapaz de rua. Definitivamente…não escolhemos de quem gostamos…gostamos e pronto!"
Depois de tantas vezes ler e reler as coisas que escrevo, começo a desconfiar que sou perita em formular "lamechices"! lol Mas pensando bem, quem já esteve ou está apaixonado(a) entende bem aquilo que digo...

"Se vives agora um desgosto de amor, é porque estavas suficientemente madura para te apaixonares" (Anónimo)

“Só deixarei de te amar quando um pintor pintar o som de uma lágrima a cair.”

Hum...esta é uma recordação que não podia deixar de partilhar. Não sei precisar quando a escrevi mas não é importante. Dedico-a a DR, pelos vários motivos. Alguém que está longe, mas que me marcou:
“Por que será que não consigo tirar-te da cabeça? Aquilo que já vivemos, que parece uma vida, embora seja apenas um pequeno período de tempo. Parece que já te conheço desde pequeno. As tuas brincadeiras, as tuas dificuldades, os teus sonhos, os teus medos, os teus defeitos… é incrível como apareceste na minha vida. Como a mudaste. Como as coisas eram e como agora o são. Chegaste de mansinho, eu não liguei. Mostraste o que tinhas dentro de ti, eu acreditei. Sempre sonhei que quando encontrasse, seria para sempre. Talvez. Mas tu apareceste e deixaste marca. Ensinaste-me a amar, a acreditar em mim e a conseguir passar por cima dos problemas e olhar em frente. Muitas vezes, quis desistir, mas tu nunca o permitiste. Mostraste-me que realmente havia alguém que me amava de verdade (coisa que eu nunca acreditei), em segredo, sem ninguém saber. Um amor que escondias com alguma dificuldade, pois era forte demais para o poderes apertar contra ti e mantê-lo dentro do teu coração. Mas tiveste de mostrá-lo e gritaste para quem quisesse ouvir que amavas alguém. Eu ouvi. Sabia que era eu. Segui em frente e hoje estou aqui. Neste momento sozinha, mas o meu pensamento está em ti. Simplesmente porque não consigo tirá-lo de lá.
Fiz muitas asneiras, as quais recordo, com certa tristeza. No entanto, o teu amor foi sempre mais forte que tudo e nunca desististes. Obrigada por teres acreditado que eu um dia conseguiria. Obrigada pelo teu amor, pelo teu carinho, pela tua atenção. (...) Tens – me ajudado muito, pois eu continuo sem perceber o que se passa com uma outra das minhas estrelas.
Por fora, pequeno, mas olhando para os teus olhos, vê-se a tua grandeza, o teu coração verdadeiro. O coração que eu sem querer conquistei. Mas estou feliz. Porque tu estás comigo. (...) Talvez porque te amo. Amo-te mesmo muito e repetirei isto ao mundo, as vezes que forem necessárias.”
Uns tempos depois, ao reler este texto, acrescentei no fim: "Uma certeza incerta. Um passado já distante. Uma boa amizade substituída por um amor descoincidente. Bons tempos, aprendi muito mesmo contigo."
Bem, só me resta acrescentar que foi uma fase espectacular da minha vida. E hoje quando olho para trás, sinto que aquilo que aconteceu de bom superou aquilo que nos magoou e entristeceu. E por isso hoje permanecemos amigos. Longe, mas lembramo-nos um do outro quando é preciso :)

“Não te peço que mudes. Queria apenas que fosse diferente”

Este texto é, a meu ver, um exemplo claro de como as pessoas mudam a cada dia que passa, a sua forma de estar, de sentir, de pensar e de viver. Como eu me auto-apelido de "inconstante nata", nada melhor do que observar esta "pequena" transformação, no que foram os meus últimos 4 anos:
"Acredito cada vez mais que tomar certo tipo de atitudes de cabeça quente nunca nos leva a nada. Só faz com que um dia mais tarde, ao olharmos para trás, essas atitudes sejam motivo de gozo, de graça ou até de arrependimento (é o mais certo de acontecer). Recordo hoje, com 17 anos, um conjunto de frases escritas por mim a uma das minhas estrelas e que, precisamente hoje, deixaram de ter o mesmo significado que tiveram aquando foram escritas. Peço ao vento que as leve todas, pois hoje sinto vergonha das minhas palavras. Uns 15 anos um pouco confusos, uma raiva incapaz, talvez inexistente. Apesar de tudo, tive uma certa capacidade em conseguir escrever coisas um pouco mais inteligentes e menos agressivas, que passo a citar: «Eu compreendo que o amor entre duas pessoas pode um dia acabar (…) tudo isto que digo não é, de certo modo, verdade. Apenas é o fruto da minha raiva». E esta será talvez a parte que eu mais me orgulhe de ter escrito: «Um ser humano erra. E como tal, admito que daqui a 10 ou 20 anos possa pensar de maneira diferente. Afinal, sou apenas uma rapariga de 15 anos que decidiu passar para o papel a sua raiva. (…) Apesar da minha raiva, bolas! És o meu pai! Não posso ir a uma loja e trocar por outro!».
Resolvi decididamente eliminar aquelas afirmações da minha cabeça e do meu passado porque deixaram de ser válidas e não faziam mais sentido em ocasião alguma. Um tempo depois, para me redimir de todos aqueles termos e expressões menos agradáveis, resolvi reafirmar a minha posição e descrever aquilo que realmente estava a sentir: «Por várias vezes disseram-me: arrepende-te daquilo que não fizeste e nunca daquilo que fazes. Porque o que tu nunca fizeste não sabes julgar e o que fazes ajuda-te a mudar. Não me arrependo daquilo que escrevi. Simplesmente reflecti e achei que aquelas linhas mostram apenas a raiva e a tristeza de uma menina que nem sempre sabe o que há-de dizer, pensar ou fazer. Mas creio que foi muito bom a conversa que tivemos. Fizeste com que eu reflectisse e reparasse certas coisas que, na verdade, não estavam a decorrer muito bem.
A cada dia que passa, sinto que estou cada vez mais diferente. Ou talvez esteja igual e seja apenas o meu mundo que está diferente. O que tiver de acontecer, acontece e nós só temos é que ter força e coragem, seguindo sempre em frente. Independentemente de tudo o que possa acontecer, quero que saibas que estarei sempre contigo. Nunca sairás do meu coração. Nunca deixarás de brilhar e nunca perderás a tua cor. És a minha estrela, o meu céu, o meu pai. Para sempre. Espero que me compreendas, porque nem sempre as coisas saem como nós queremos e acabamos por dizer coisas que talvez poderiam ter ficado apenas pela raiva, simplesmente porque falámos antes de ouvir. A raiva, essa passa sempre… e depois dela talvez venha a tristeza…ou talvez a alegria…»
Nesta parte, já fui bastante consciente daquilo que estava a sentir. No fundo, todos nós merecemos uma segunda oportunidade. O tempo cura tudo, por muito que doa a passar."
É uma alegria enorme recordar estas palavras, com 15 e depois com 17 anos. Porque vejo que consegui mudar, que amadureci. Que existem alturas na vida em que obrigatoriamente é necessário aprendermos com os nossos erros. Mas como eu disse, é um pedacinho do meu passado. Está arrumado. E eu estou feliz por isso! :)

Começo

Porque será que as pessoas criam blogues? É uma pergunta que já me ocorreu várias vezes. No entanto, não pretendo assombrar-me com questões como esta. Talvez eu pergunte mais acertadamente, o que ME levou a criar este blogue. Já se torna uma pergunta mais credível. E para falar verdade, foi ao visitar um blogue muito original de uma amiga minha que me veio à ideia criar um pequeno espaço também para mim nesta imensa blogoesfera. Pensei, é agora que vou criar uma coisa destas! E assim foi...epah sou mais um ser desconhecido neste mar de individualidades, de existências, de vivências e de afinidades. Porque gosto de ler. Porque gosto de escrever. E porque há muitos anos que apanhei a "mania" de passar para o papel muito daquilo que sinto no dia-a-dia. É saudável. É enriquecedor. É uma forma de te libertares, bem à tua maneira, íntima. Não pretendo fazer um diário porque já o tentei tantas vezes e todos eles acabaram no fogo da lareira, algures num dia frio do Inverno alentejano. Por isso, começo por abrir um pouco as minhas recordações e trazer ao presente pequenas memórias que guardo comigo e que decido partilhar neste espaço. Porque, além de mim, espero que haja alguém que também goste.