domingo, 4 de novembro de 2007

“Não te peço que mudes. Queria apenas que fosse diferente”

Este texto é, a meu ver, um exemplo claro de como as pessoas mudam a cada dia que passa, a sua forma de estar, de sentir, de pensar e de viver. Como eu me auto-apelido de "inconstante nata", nada melhor do que observar esta "pequena" transformação, no que foram os meus últimos 4 anos:
"Acredito cada vez mais que tomar certo tipo de atitudes de cabeça quente nunca nos leva a nada. Só faz com que um dia mais tarde, ao olharmos para trás, essas atitudes sejam motivo de gozo, de graça ou até de arrependimento (é o mais certo de acontecer). Recordo hoje, com 17 anos, um conjunto de frases escritas por mim a uma das minhas estrelas e que, precisamente hoje, deixaram de ter o mesmo significado que tiveram aquando foram escritas. Peço ao vento que as leve todas, pois hoje sinto vergonha das minhas palavras. Uns 15 anos um pouco confusos, uma raiva incapaz, talvez inexistente. Apesar de tudo, tive uma certa capacidade em conseguir escrever coisas um pouco mais inteligentes e menos agressivas, que passo a citar: «Eu compreendo que o amor entre duas pessoas pode um dia acabar (…) tudo isto que digo não é, de certo modo, verdade. Apenas é o fruto da minha raiva». E esta será talvez a parte que eu mais me orgulhe de ter escrito: «Um ser humano erra. E como tal, admito que daqui a 10 ou 20 anos possa pensar de maneira diferente. Afinal, sou apenas uma rapariga de 15 anos que decidiu passar para o papel a sua raiva. (…) Apesar da minha raiva, bolas! És o meu pai! Não posso ir a uma loja e trocar por outro!».
Resolvi decididamente eliminar aquelas afirmações da minha cabeça e do meu passado porque deixaram de ser válidas e não faziam mais sentido em ocasião alguma. Um tempo depois, para me redimir de todos aqueles termos e expressões menos agradáveis, resolvi reafirmar a minha posição e descrever aquilo que realmente estava a sentir: «Por várias vezes disseram-me: arrepende-te daquilo que não fizeste e nunca daquilo que fazes. Porque o que tu nunca fizeste não sabes julgar e o que fazes ajuda-te a mudar. Não me arrependo daquilo que escrevi. Simplesmente reflecti e achei que aquelas linhas mostram apenas a raiva e a tristeza de uma menina que nem sempre sabe o que há-de dizer, pensar ou fazer. Mas creio que foi muito bom a conversa que tivemos. Fizeste com que eu reflectisse e reparasse certas coisas que, na verdade, não estavam a decorrer muito bem.
A cada dia que passa, sinto que estou cada vez mais diferente. Ou talvez esteja igual e seja apenas o meu mundo que está diferente. O que tiver de acontecer, acontece e nós só temos é que ter força e coragem, seguindo sempre em frente. Independentemente de tudo o que possa acontecer, quero que saibas que estarei sempre contigo. Nunca sairás do meu coração. Nunca deixarás de brilhar e nunca perderás a tua cor. És a minha estrela, o meu céu, o meu pai. Para sempre. Espero que me compreendas, porque nem sempre as coisas saem como nós queremos e acabamos por dizer coisas que talvez poderiam ter ficado apenas pela raiva, simplesmente porque falámos antes de ouvir. A raiva, essa passa sempre… e depois dela talvez venha a tristeza…ou talvez a alegria…»
Nesta parte, já fui bastante consciente daquilo que estava a sentir. No fundo, todos nós merecemos uma segunda oportunidade. O tempo cura tudo, por muito que doa a passar."
É uma alegria enorme recordar estas palavras, com 15 e depois com 17 anos. Porque vejo que consegui mudar, que amadureci. Que existem alturas na vida em que obrigatoriamente é necessário aprendermos com os nossos erros. Mas como eu disse, é um pedacinho do meu passado. Está arrumado. E eu estou feliz por isso! :)

Sem comentários: